
Se o agro é pop, o agro também está em crise. E não é aquela crise de final de safra, quando o agricultor dá aquela olhada no boleto e pensa “acho que exagerei na compra do adubo”. Não, meus amigos, o negócio tá feio. Em 2024, o setor que antes desfilava de trator novo agora tá empurrando no braço – e olha que nem pra gasolina tá sobrando muito.
Segundo os dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (7), a produção agropecuária caiu 1,5% no último trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. E essa é só a cereja do bolo estragado: no ano inteiro, o agronegócio encolheu 3,2%, registrando o pior desempenho desde 2016, quando a economia brasileira parecia um carro sem freio descendo ladeira.
A queda foi consistente, quase como se tivesse sido plantada e bem adubada. No primeiro trimestre, despencou 5,5%. No segundo, mais 3,3%. O terceiro deu um sustinho com “apenas” 0,8%, mas no quarto voltou a encolher 1,5%. Ou seja, o agro passou o ano todo indo ladeira abaixo e sem freio ABS.
E não foi só o milho que broxou. A venda de colheitadeiras despencou, registrando menos da metade do volume do ano anterior. Os produtores, que antes compravam maquinário como quem pega promoção de Black Friday, agora estão segurando o bolso e rezando pra máquina velha aguentar mais uma safra.
O setor financeiro também está sentindo o baque. O número de empresas agropecuárias em recuperação judicial subiu 60%. O Banco do Brasil, aquele que sempre foi o melhor amigo do produtor rural, viu a inadimplência nos empréstimos rurais dobrar. Antes, menos de 1% dos agricultores davam calote; agora, são mais de 2%. Parece pouco? Experimente multiplicar isso pelo montante bilionário do setor e veja o estrago.
Mas afinal, por que o agro está nessa draga? Bom, especialistas apontam que o crédito ficou caro, os juros subiram, e pegar financiamento virou um desafio digno de reality show. Além disso, os preços das commodities caíram, enquanto os custos de produção subiram. Em resumo, o produtor tá vendendo mais barato e gastando mais para plantar. E como cereja do bolo indigesto, ainda temos a instabilidade política, com o governo e o setor batendo cabeça em discussões que só aumentam a insegurança para investidores.
Nos últimos anos, o agronegócio mostrou resiliência até na pandemia. Mas agora, com essa combinação de crise financeira, custos altos e um cenário político instável, o agro não está pop – está perplexo. E a pergunta que não quer calar é: será que 2025 traz uma nova safra de esperança, ou o setor vai precisar recorrer ao bom e velho ditado “quem planta vento, colhe tempestade”?